Uma equipe integrada por pesquisadores e técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do RS (Fepagro) e da Universidade Federal de Ijuí (Unijuí) vem se dedicando, há 15 anos, ao estudo de diferentes aspectos da biologia da erva-mate, especialmente os mais importantes para o desenvolvimento da cadeia produtiva dessa espécie.
Está em estudo a colaboração da Universidade do Vale do Taquari (Univates), de Lajeado, graças ao apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia do RS. Somente da UFRGS participam três departamentos do Instituto de Biociências (Genética, Botânica e Ecologia), o Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos e a Faculdade de Farmácia. À frente dessa equipe multidisciplinar e de alta especialização está a bióloga Helga Winge, doutora em Ciências (Genética), que desde 1971 integra o grupo de docentes e orientadores do Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular da UFRGS. A partir de 1974, ela passou a orientar dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, dando início a uma nova linha de pesquisas do Departamento e no Curso de Pós-graduação denominado “Genética e Evolução de Plantas Nativas da América do Sul.” Em 1985, começou o estudo da erva-mate, dentro da primeira linha de pesquisa, contando, mais tarde, com a colaboração da bióloga Suzana Cavalli Molina, que também se dedicou ao estudo da erva-mate.
No início da década de 90, formou-se a equipe multidisciplinar que até hoje atua em conjunto. Entre os inúmeros estudos que vêm sendo realizados pelo grupo, estão a variabilidade genética de populações nativas do Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; o desenvolvimento das flores masculinas e femininas e frutos e o desenvolvimento do embrião da semente; microorganismos associa dos às raízes de erva-mate; concentração de xantinas (cafeína e teobromina); implantação de bancos ativos de germoplasmas (BAGs); germinação de sementes em laboratório e a campo e sobrevivência das plântulas de erva- mate em diferentes graus de sombreamento.
O estudo sobre a diversidade genética de plantas de erva-mate dos Estados produtores é feito pelo Departamento de Genética da Ufrgs, a partir da análise do DNA, de proteínas de reserva das sementes e de isoenzimas (proteínas que controlam reações químicas do metabolismo) de plantinhas germinadas no laboratório. E efetuada a análise de cada árvore individual, num total de 50 por Estado. Segundo Helga Winge, esses estudos são essenciais para orientar qualquer trabalho de melhoramento genético da espécie, o que até hoje não foi feito em nenhum lugar do mundo.
A pesquisa sobre o desenvolvimento de flores, frutos e embrião é realizada pelo Departamento de Botânica e um dos objetivos é esclarecer as causas da longa demora da semente para iniciar a germinação. Esse período é um dos entraves para obtenção de mudas de erva-mate na quantidade desejada em um curto espaço de tempo. Nesse departamento é feito também o estudo e identificação dos micorrizas, importantes para a planta absorver as quantidades necessárias de nutrientes do solo, e a germinação em tubo de ensaio. O trabalho sobre a cafeína é desenvolvida pela Faculdade de Farmácia.
Fonte: Anuário Gazeta
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